O Brasil precisa de Professores de Alta Performance para
alçar a Educação do vergonhoso 53º lugar entre os 65 países ranqueados pelo
Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de 2010, para o lugar que
o país, pelo seu PIB, merece - por estar em 8º lugar entre todos os países do
mundo, conforme o Fundo Monetário Internacional.
Não há limites para o
ser humano a não serem aqueles que ele os coloque para si mesmo. Nem todos os
limites são conscientes. Muitos até pensam ou acham que vão conseguir superar,
mas não têm empenho, disciplina, conhecimentos suficientes, foco, visão,
assertividade, constância, comprometimento, eficácia e acabam não conseguindo.
Depois, argumentam para si mesmos dizendo que fizeram tudo o que podiam e
deviam. Melhor seria impossível fazer.
Está claro que algumas
profissões exigem mais algumas especificidades que são essenciais que para
outras não seriam.
Segundo Malcolm
Gladwell, no seu livro Fora de Série, qualquer pessoa que pratique por 10.000
horas qualquer atividade, torna-se excepcional nela. Uma média de 3 horas ao
dia por 10 anos. Qualquer pessoa que praticasse ministrar 6 aulas por dia, em 5
anos seria uma excelente professora. Os Beatles tinham mais de 10.000 horas
tocadas em shows e baladas antes de atingir o sucesso mundial.
Mas por que encontramos
alguns professores com mais de 10 anos de atividade, às vezes até 30 anos,
cujas aulas são medíocres?
Provavelmente uma das
principais causas seria: ministrou todas as aulas, uma igual a outra, sem tirar
nem pôr, sem interesse em melhorar, atualizar ou adequar aos variados públicos.
É como se usasse a mesma ficha amarelada pelo tempo de uso ou uma mente que
marcou passo no que decorou quando estudante. Não deu um passo além. Reduziu
sua Performance a Zero.
Pensemos somente no
prejuízo que tal professor provocou em 30 anos nos seus alunos. Se for de
matemática então, quem sabe interferiu nas escolhas das carreiras dos seus
alunos a profissões que não usasse matemática...
Qualquer pessoa pode
ser um bom professor se, antes mesmo de escolher esta carreira: (1) já gostasse
de lidar com diferentes tipos de pessoas; (2) tivesse a alegria de ensinar; (3)
sentisse prazer em aprender o que não soubesse e em ensinar o que soubesse para
quem quisesse aprender; (4) adorasse novidades; (5) buscasse sempre conhecer
mais sobre algum tema que lhe interessasse; (6) não se incomodasse em ler nas
mais variadas fontes; (7) participasse com facilidade de atividades com grupos
ou individuais; (8) tivesse paciência para ouvir várias vezes a mesma história
de diferentes pessoas; (9) não se irritasse em ser questionada; (9) fosse
adaptável a diversas situações de convivência humana; (10) estabelecesse bom
contato com pessoas de diferentes origens, credos, culturas, níveis
socioeconômicos, idades etc.
Mesmo que não tivesse
as condições acima relacionadas, nada impede que elas possam ser aprendidas,
treinadas e desenvolvidas. O ser humano tem capacidades incríveis que somente
se mostram quando estimuladas. Nada existe que após 10.000 horas de prática,
não torne o praticante em um expert no tema.
Para o ser humano tudo
pode parecer difícil, complicado e impossível de ser feito se nada souber, mas
tudo torna-se fácil, realizável e prazeroso quando se aprende.
O saber é uma questão
de busca pessoal, pois o conhecimento é uma construção individual. Podemos ser
bombardeados por informações das mais variadas fontes, porém somente
registramos o que conhecemos. O aprendizado é transformar as informações
recebidas em conhecimentos.
Um bom professor não nasce pronto. É na prática que ele
vai se formando, na paciência que vai se adquirindo, pelas tentativas de buscar
melhores soluções que vai descobrindo os melhores caminhos, pois o
relacionamento professor-aluno não nasce pronto, mas é construído ao longo de
sua existência.
Adm. Educacional Antonio Carlos de Oliveira
(Fonte Prof. Içami Tiba)